Envolvidos são investigados em uma operação contra fraude em licitações, que prendeu 11 pessoas, no oeste do Paraná, em 16 de outubro.
Um flagrante de pagamento de propina envolvendo uma empresa e o Secretário Municipal de Obras, Urbanismo e Transportes de Missal, no oeste do Paraná, foi registrado pela Polícia Civil. Assista ao vídeo acima.
A RPC teve acesso com exclusividade aos vídeos gravados pelos policiais durante uma operação que resultou na prisão de onze pessoas, em 16 de outubro.
Flagrante
Nas imagens é possível ver que, na entrada de Missal, um carro é parado pelos policiais. Dentro do veículo está Cleverson Jair Falabretti, funcionário da Engematsu, empresa que fornece peças e faz manutenção de máquinas pesadas para várias prefeituras da região oeste.
Ao vasculhar o carro, os policiais encontram uma caixa com R$ 5 mil. Para a polícia, ele diz que o dinheiro é para "despesas de viagem".
O funcionário é liberado, mas continua sendo monitorado dentro de uma investigação autorizada pela Justiça e conduzida pelo Núcleo de Foz do Iguaçu, também no oeste do estado, da divisão de combate à corrupção da Polícia Civil.
Instantes depois, Falabretti é gravado de novo, já no estacionamento da Prefeitura de Missal onde espera o secretário de obras da cidade Pedro Jucelino da Rosa.
O secretário pega a caixa, conversa por alguns segundos e vai embora. Para a polícia, a caixa é a mesma encontrada antes pelos policiais e o dinheiro é propina.
Investigação
A investigação começou em março deste ano, depois de uma denúncia anônima.
No despacho que autorizou a operação, o juiz Hugo Michelini Júnior afirmou que há informações de que as irregularidades ocorriam no recebimento de "peças remanufaturadas", como se fossem novas, superfaturamento de preços e pagamento de peças que não eram efetivamente entregues e utilizadas na frota máquinas pesadas.
As empresas investigadas estão ligadas a dois empresários da região: Manoel Antonio Trindade e Gerson Miotto.
Os dois empresários, o secretário de Missal, servidores da secretaria de obras e empregados das empresas foram presos durante a Operação Retrocase. As prisões temporárias deles foram prorrogadas no fim de semana.
Somente em Missal, o contrato sob suspeita é de R$ 1.800.000. A polícia investiga a atuação do grupo em outras seis cidades.
Com o material que foi apreendido, a polícia vai continuar com as investigações para identificar os crimes que foram cometidos pelo grupo. A análise de quebras de sigilo fiscal, interceptações telefônicas e de outros documentos vai apontar o tamanho do prejuízo aos cofres públicos nas cidades em que o esquema funcionava.
Os dois empresários, o secretário de Missal, servidores da secretaria de obras e empregados das empresas foram presos durante a Operação Retrocase. As prisões temporárias deles foram prorrogadas no fim de semana.
Somente em Missal, o contrato sob suspeita é de R$ 1.800.000. A polícia investiga a atuação do grupo em outras seis cidades.
Com o material que foi apreendido, a polícia vai continuar com as investigações para identificar os crimes que foram cometidos pelo grupo. A análise de quebras de sigilo fiscal, interceptações telefônicas e de outros documentos vai apontar o tamanho do prejuízo aos cofres públicos nas cidades em que o esquema funcionava.
O que dizem os citados
O advogado da Engematsu, do dono da empresa, Manoel Trindade e do funcionário Cleverson Falavretti afirmou que os clientes negam as acusações e que vai provar que o encontro não foi para entregar propina.
A Prefeitura de Missal afirmou que desconhecia qualquer irregularidade e que está colaborando com as investigações. Disse também que suspendeu por tempo indeterminado a execução dos contratos da licitação que está sob investigação, além de instaurar uma sindicância para apurar as supostas irregularidades.
O advogado de Pedro Jucelino da Rosa afirmou que o cliente nega veementemente as acusações e que vai provar a inocência dele.
O G1 busca contato com a defesa de Gerson Miotto.
Fonte: G1