Na semana passada o setor de epidemiologia de Missal havia informado que no retorno de um dos exames para verificação do tipo de dengue que está circulando no município e confirmou que há o tipo 2. “Isso não quer dizer que não temos outros tipos circulando, estamos verificando e aguardando mais resultados”, explicou Denize Boareto Kaefer, responsável pelo setor em Missal.
Na última segunda-feira, 02 de março, um boletim atualizou que o município está com 22 casos de dengue confirmados, sendo que são 90 casos notificados e 58 ainda aguardam o resultado. Como já está sendo veiculado de forma intensa, o cuidado deve ser redobrado, pois o Estado do Paraná vive uma situação de epidemia, e na região oeste já foram confirmadas mortes em decorrência da dengue.
Segundo o próprio setor de epidemiologia de Missal, o vírus que circula no município é o Tipo 2, o que aumenta a preocupação, pois, são dois os tipos de dengue que circulam, lembrando que as pessoas que já contraíram a doença, não ficam imunes, podem contrair dengue novamente, agravando ainda mais a situação. A preocupação é que não evoluam os tipos de dengue para o 3 e o 4. Uma manchete do Jornal Gazeta do Povo de Curitiba aponta para esse perigo, onde o tipo do vírus pode explicar a expansão da dengue no Estado.
Segundo informou a reportagem da Gazeta do Povo, esse cenário de epidemia já era visível semanas atrás pelas características do vírus de dengue que está em circulação: o sorotipo 2 (DEN-2), que desde 2019 predomina sobre o DEN-1, o mais comum no período de 2009 a 2018. “Essa mudança deixa toda a população mais suscetível, já que a imunização se dá após contrair a doença, mas só para aquele tipo específico de vírus”, explica a coordenadora da Vigilância Sanitária da Sesa, Ivana Belmonte. De acordo com ela a predominância do DEn-2 é de 83% no Estado.
A Gazeta do Povo aponta ainda que essa mudança do sorotipo dominante pode ser creditada ao transporte e ao comércio mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No mundo, há quatro sorotipos da dengue em circulação, e todos foram detectados no Paraná em 2016, por exemplo. Mas desde o início da série histórica, o DEN-1 se destacou pelo maior período: entre 1995 e 2002, ano em que perdeu espaço para o DEN-3, que em 2009 foi novamente subjugado pelo DEN-1.
A OMS considera que há epidemia quando o número de casos é de 100 a 299 casos a cada 100 mil habitantes. O Paraná está nesse estágio: são 199 casos por 100 mil hab. no atual período epidemiológico (que tem início em agosto de cada ano e segue até julho do ano seguinte). Em muitos municípios, a situação é bem mais grave: 78 cidades registraram mais de 300 casos/100 mil hab., em alguns deles chegando ao índice de 14,2 mil/100 mil hab.
A reportagem ainda alerta que a mudança no sorotipo predominante é alarmante não só pelo aumento no número de casos, mas também pela severidade da doença. "Quando se pega dengue pela segunda vez, o risco de ter dengue grave é maior. Não é por um sorotipo ser mais agressivo do que outro, mas por ter contraído pela segunda vez", destaca Ivana.
Fonte: Com informações da Gazeta do Povo