Daiana Jungbluth, 22 anos, avicultora, formada em licenciatura em ciências biológicas, e desde 2016, faz parte do quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol de Salão, em um ambiente dominado por homens a árbitra procura igualdade de oportunidades.
Nesta entrevista ela fala um pouco sobre a profissão.
Por que você escolheu ser árbitra?
Desde pequena jogava futebol/futsal, e como sempre gostei do esporte resolvi participar de uma forma diferente. Foi então que surgiu a oportunidade de fazer o curso da Federação Paranaense de Futebol de Salão (FPFS), em Foz do Iguaçu, no final do ano de 2016.
Como é o processo para entrar para a Federação Paranaense de Futebol de Salão?
Primeiramente deve ser feito um curso o qual tem a duração de 4 a 5 finais de semana, com aulas teóricas e práticas e avaliações. Assim que você faz o curso e é aprovado já está apto a exercer a profissão no decorrer do mesmo ano. Para continuar na FPFS deve-se, todos os anos, participar do Congresso de Arbitragem e realizar avaliação teórica, física e antropométrica.
As árbitras, geralmente, são escaladas como assistentes em jogos masculinos?
Na grande parte dos jogos a arbitragem escalada para as partidas é composta por homens, e são poucas as vezes que há uma mulher escalada, praticamente sempre está apenas como assistente e não como árbitra principal.
Você trabalha num ambiente predominantemente masculino. Desde que você ingressou no futebol, que tipos de preconceitos você já sofreu? Teve algum que te marcou?
Em geral a arbitragem sofre bastante com o preconceito, mas no meu caso e de várias outras árbitras, o preconceito é ainda maior. Há pessoas que por acharem que este é um esporte somente de homens, mulheres não podem atuar, e com discursos geralmente machistas ‘dizem que lugar de mulher é na cozinha’.
Quantas mulheres integram o quadro de árbitras da FPFS, e se essse número é considerado bom ou baixo?
Aproximadamente 160 mulheres integram o quadro feminino, dentre estas apenas 60 são arbitras e as demais anotadoras. É um número consideravelmente baixo, tendo em vista o número total de integrantes da Federação que é aproximadamente 650 árbitros(as).
Tem percebido melhora/avanço nessas questões ou o caminho ainda é longo?
Aos poucos estamos tendo um avanço sim, a FPFS dá muito apoio e espaço a arbitragem feminina, e com isso mostra a todos que é possível sim as mulheres comandarem partidas de futsal.
O que você diria para as mulheres que pensam em seguir essa profissão?
Não desistam, é um caminho longo e tortuoso, erros sempre podem acontecer, como em qualquer outra profissão, mas quando se faz o que gosta sempre vale a pena continuar.
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Fonte: Portal Missal