No final de junho e também no final de julho, severas geadas trouxeram preocupação aos produtores, não só de Missal, mas em toda a região Oeste. O município inteiro foi atingido por fortes geadas trazendo, desde já, prejuízos à agricultura.
A informação foi confirmada pelo secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Altair Luiz Fetzner. “Não sabemos estimar ainda com precisão, mas notamos produtores fazendo silagem para amenizar um pouco o prejuízo com a safra de milho”, exemplifica.
Neste sentido, a secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município está prestando apoio e suporte com o trabalho de limpeza dos buracos de silagem, e abertura de novos buracos, auxiliando no que for possível para que os agricultores possam aproveitar da melhor forma o milho atingido pela Geada.
Estimativa em Missal
O informativo semanal da Lar Cooperativa Agroindustrial para o Deral (Departamento de Economia Rural), emitido ainda na segunda-feira, 26 de julho, antes mesmo dessa onda de frio que atingiu toda a região sul nesta semana, aponta que o milho teve 95% de maturação e 5 de enchimento de grãos.
“De uma previsão inicial de 100 SC/há, estimamos quebra de 56% até o momento, devido seca e geadas, com média prevista de 44 SC/há”, destaca o informe. No entanto, o clima tem favorecido a qualidade de grãos. Cerca de 10% de toda a produção será colhida até o final deste mês de julho. A 1ª quinzena de agosto prevê uma colheita de 55% de toda a produção e os 35% restantes na 2ª quinzena de agosto.
Segundo a Cooperativa, havia cerca de 13.000 hectares de milho plantados no município. Destes, mil hectares migraram para silagem devido a geada, além dos 500 hectares que desde o início eram destinados a silagem.
A produção agrícola no município tem um papel fundamental na economia local e o progresso passa por investimentos constantes aos produtores, apoio aos mesmos, justamente para que a agricultura gere renda aos produtores e empregos, diretos e indiretos. Isso tudo reflete no comércio local, pois, se a agricultura sofre com as questões econômicas, o comércio acaba sofrendo também.
Produção de Grãos no Estado
A Agência Estadual de Notícias (AEN) também informou que a conjunção de fenômenos como estiagem em momentos cruciais de algumas das principais culturas agrícolas paranaenses, as fortes geadas ocorridas no final de junho e meados de julho e a agressividade de algumas pragas levaram à redução na estimativa da safra de grãos 2020/21.
Aponta ainda que o relatório divulgado na quinta-feira, dia 29 de julho, pelo Deral, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aponta que serão produzidas 34,4 milhões de toneladas de grãos, incluindo milho, feijão, café, soja, trigo e cevada, em 10,4 milhões de hectares. O volume é 16% menor que os 41,2 milhões de toneladas de 2019/20, ainda que a área seja 4% maior.
Milho no Estado
Em comparação com a estimativa inicial de se produzir 14,6 milhões de toneladas, já se tem como certa a perda de 8,5 milhões, o que representa 58% da produção no Estado do Paraná.
Esse volume equivale à perda de três primeiras safras de milho no Paraná, que tem produção normal em torno de 3 milhões de toneladas. Com menos produção, o preço ao produtor está superando R$ 90 a saca neste mês, o que aumenta os custos para empresas de frango e suíno.
Além disso, a importação de milho da Argentina começa a crescer. Por ter sido plantada mais tarde, a cultura enfrentou seca, o que foi fundamental para os prejuízos. As geadas desta semana ainda não foram contabilizadas, o que pode reduzir ainda mais as expectativas.
Fonte: Assessoria com informações da AEN / FOTO - imagem da internet