“Suicídio não é um ato heroico, sempre há uma outra solução”, é a mensagem da coordenadora da Saúde Mental de Missal para o Setembro Amarelo
Parte integrante a programação do Setembro Amarelo em Missal, a psicóloga e coordenadora da Saúde Mental do município, Neusa Della Libera, concedeu uma entrevista para emissora de Rádio local na manhã desta quinta-feira, 09 de setembro, para tratar sobre o tema suicídio e sobre outros temas relacionados as questões de saúde mental. A frase de reflexão apresentada foi “Suicídio não é um ato heroico, sempre há uma outra solução”.
Setembro é justamente o mês para intensificar as ações e informações quanto a estes temas. O dia 10 de setembro é Dia Mundial de prevenção ao Suicídio, mas durante todo o mês é debatido o tema para esclarecer pontos importantes, visando diminuir os casos de suicídio. Em Missal, por exemplo, houveram 797 atendimentos com as psicólogas desde o dia 01 de janeiro até 31 de agosto. No mesmo período foram 336 atendimentos psiquiátricos.
A coordenadora de Saúde mental de Missal apresentou um dado extremamente alarmante quanto as questões de suicídio no mundo. “Temos dados de que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo”, pontua. A situação é mais grave entre adolescentes e jovens, segundo a psicóloga. “Para os adolescentes o suicídio é a 2ª maior causa de mortes, perdendo apenas para acidente de trânsito”, acrescenta. “Precisamos falar sobre isto”, completa Neusa.
Neusa ainda comentou sobre alguns estigmas relacionados ao tema suicídio. Entre eles termos como “frescura”, “quem fala que vai se matar quer chamar a atenção”, entre outros. A psicóloga aponta que é necessário estar atento aos sinais, principalmente se a pessoa já teve quadros de tentativas de suicídio. “É muito provável que esta pessoa possa tentar novamente”, indica. Neste caso, esta pessoa deve ser encaminhada para atendimento profissional.
Um alerta é que as famílias estão cada vez mais distantes e acabam não conversando. “Temos percebido as pessoas se isolando”, destaca Neusa. É necessário prevenir e se necessário tratar os casos. “É fundamental o apoio psicológico e em alguns casos a medicação, se necessário”, explica a psicóloga para situações de risco para o suicídio.
Entre os fatores citados, estão a depressão, uso abusivo de álcool e drogas, transtornos de ansiedade, esquizofrenia, de acordo com a psicóloga em jovens e adolescentes se percebe um grande índice de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e TDO (transtorno desafiador opositivo). Além disso, entre os fatores de risco ainda podem ser elencados fatores sociais, histórico de abuso, negligência, violência física e sexual, traumas, perdas, doenças crônicas, entre outras.
Não basta o tratamento das pessoas com fatores de risco ao suicídio fazer o tratamento, é necessário realizar ainda um trabalho com familiares para que saibam lidar com as situações.
O suicídio e a autolesão são considerados emergência médica de saúde mental. Em caso de alguma tentativa, é necessário ligar imediatamente ao SAMU pelo fone 192. Em caso de necessidade de ajuda, ainda há o 188 do CVV (Centro de valorização à Vida) que fica a disposição 24 horas por dia.
Fonte: Assessoria