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Produção de morango como opção de renda em pequena propriedade

Postada em: 24/09/2021 Atualizada em: 24/09/2021 16:47:44 Número de visualizações 3263 visualizações
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Produção de morango como opção de renda em pequena propriedade

São quase 11 mil pés que no primeiro ano devem atingir 8 mil quilos da fruta. Primeira colheita iniciou neste mês de setembro. Também está sendo implantada uma agroindústria para agregação de valor.


Há duas semanas o casal João e Marisete Reichert, moradores da comunidade de São José - Missal, iniciou a primeira colheita de morangos dos 10.900 pés plantados entre os dias 26 de junho a 7 de julho deste ano. “Optamos por investir na cultura do morango como opção para aumentar a renda na pequena propriedade”.


A produção de morangos se torna aliada na renda da propriedade onde, desde 2010, a atividade principal é a suinocultura de corte, através da integração com a Lar Cooperativa, com dois chiqueirões. “Contratamos uma pessoa para cuidar dos suínos, sempre com nosso acompanhamento, para podermos investir nesta nova atividade, agora que estamos iniciando a primeira colheita, visualizamos que acertamos na opção”.


Ambiente protegido

João explica que o sistema de cultivo adotado é o sem solo, as mudas são plantadas em substratos acondicionados em ‘slabs’, que ficam apoiados sobre bancadas a uma altura de aproximadamente um metro do solo, com a irrigação e a fertirrigação em sistema fechado. “A produção de morangos neste sistema traz inúmeros benefícios, como ‘não ter que se abaixar’ (ergonomia de trabalho), o que proporciona mais agilidade na execução dos tratos culturais e na colheita dos frutos e, por ser cultivado em ambiente protegido existe a proteção das plantas, além de permitir o trabalho em condições climáticas adversas, quando chove, por exemplo”. 

Também vale destacar que com o cultivo em ‘slabs’ há uma maior eficiência no uso da água e no manejo nutricional das plantas. Sem o cultivo no solo há também uma sensí¬vel diminuição de problemas fitossanitários, tanto de doenças da parte aérea das plantas quanto radiculares, em virtude da utilização de substratos inertes.

Outro ponto fundamental de ter o ambiente protegido, no caso do local em que está implantada a cultura ser vizinha de áreas agrícolas, é com relação aos momentos em que ocorre a pulverização das lavouras com herbicidas e fungicidas, para evitar o contato dos mesmos com os morangos. João explica que “nós combinamos com os vizinhos para que nos avisarem quando farão a aplicação de algum produto na soja ou no milho, para que possamos baixar as cortinas e evitar o contato dos morangueiros com os herbicidas e fungicidas”.


Variedades

As variedades plantadas por João são a Albion e a San Andreas, sendo que as mudas vieram da Argentina. “Visitamos produtores na Espanha, com clima até diferente do nosso, mais ameno, mas observamos que estas duas variedades se adaptam bem também em clima mais quente. Sabemos que nossa produtividade será menor, porém a qualidade, o sabor dos frutos é muito bom. Além da região da Espanha em que estivemos, também na Patagônia Argentina, são muito cultivadas, e foi de lá (da Argentina) que importamos as mudas que plantamos aqui”.


Pragas

Até agora, as principais praga estão sendo o acaro e a broca (lagarta da coroa).

Como não utiliza agrotóxico para o combate as pragas, o produto (bactéria) utilizado demora de três a quatro dias para fazer efeito, pois as pragas precisam ingerir a bactéria, sendo que para cada inseto é uma bactéria diferente.

“Nossa aplicação precisa ser mais preventiva do que curativa - no caso matar o inseto, então precisa acontecer pelo menos uma vez por semana. No sistema normal é possível esperar, ter um bom número de pragas e aplicar o produto, pois o efeito é imediato”.

O acaro danifica (raspa) a folha que precisa ser retirada, pois estando danificada não realiza a fotossíntese e como consequência o fruto não fica doce. João explica que “o morango precisa da ação do sol sobre as folhas para transformar o adubo em sacarose (açúcar), e assim ‘deixar’ a fruta doce. Digamos que o sol adoça a fruta”. 


Qualidade 

João destaca que a produção do morango requer muitos cuidados, pois é um fruto delicado, sendo que os detalhes garantem a qualidade da produção. “É preciso estar atento a tudo que envolve a produção, desde o início. Por exemplo, nós eliminamos todas as flores da primeira florada visando o fortalecimento das mudas. Agora, nesta nossa primeira colheita estamos tendo um resultado acima do esperado, com frutos sadios e de qualidade, item fundamental para que a comercialização aconteça sem problemas”.

Neste início, além da venda direta na propriedade, os morangos estão sendo comercializados em supermercados de Missal. “Esperamos, com o aumento da produção, depois desta primeira etapa, comercializar também em municípios vizinhos”.


Agroindústria

Como complemento e a garantia de não perder a produção em função das oscilações do mercado, bem como o aproveitamento dos frutos menores - o mercado exige uniformidade nos frutos -, que são de comercialização mais difícil, João e Marisete estão implantando uma agroindústria para o processamento dos morangos. “Caso tenhamos sobra de frutos e os que não são uniformes, faremos o processamento transformando-os em geleia e sucos, ou comercializar os morangos congelados”, explicam.


Apoio

Em todo processo de implantação da cobertura para os morangos, como a terraplanagem para a instalação, e também agora na construção da agroindústria e a certificação da mesma, João ressalta o apoio da Prefeitura de Missal, através dos programas disponíveis na Secretaria de Agricultura de Meio Ambiente. “Sempre que solicitamos fomos atendidos”, afirma.

Inclusive, o acompanhamento da cultura dos morangos é feito pela agrônoma Daiana, do CAPA, que tem convênio com a Secretaria de Agricultura de Meio Ambiente. 


Fonte: Da Redação/Aldírio

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