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Peixes introduzidos causam desequilíbrio em ecossistemas onde não são nativos

Postada em: 19/10/2021 Atualizada em: 19/10/2021 14:36:47 Número de visualizações 3673 visualizações
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Peixes introduzidos causam desequilíbrio em ecossistemas onde não são nativos

Analistas ambientais mencionam problemas e possíveis soluções para controlar a população de uma espécie invasora em um ambiente em que ela não é natural (veja vídeo).


A prática da pesca esportiva, onde se fisga o peixe e o devolve para a água, é muito exercida pelos brasileiros. Entre tantas espécies cobiças pelos pescadores, algumas se destacam principalmente pela voracidade.

Geralmente viagens e expedições de pesca são sempre em busca dos peixões que duelam bastante, como por exemplo, os tucunarés, principalmente o fogo e o açu. Mas o amarelo e o azul também estão no foco dos aventureiros.

Todos as espécies de tucunarés são nativas da bacia amazônica, Araguaia-Tocantins. Mas como explicar então a presença de alguns deles em estados como São Paulo e Minas Gerais? A resposta é uma só: o peixe foi introduzido nesses locais.



Tucunarés foram introduzidos em represas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país — Foto: Alexandre Sá/TG



"O homem fez isso, achando que devia trazer mais pra próximo de sua propriedade indivíduos de tucunaré. Assim, trouxe ovos, alevinos, que são mais fáceis de transportar e simplesmente soltaram nesse novo ambiente onde nunca existiram antes", explica José Sávio Colares de Melo, analista ambiental do ICMbio/ Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental)

Mas ao introduzir a espécie em um local onde ela não ocorre, o homem ao invés de fazer o bem, está, na realidade, prejudicando a própria natureza.

"Essa introdução causa um grande prejuízo do ponto de vista ambiental. E em um futuro mais distante vão detectar também que economicamente e socialmente ele tem um impacto negativo", acrescenta José Sávio.


Tucunarés introduzidos podem trazer problemas para o ecossistema — Foto: Arquivo TG



Os tucunarés foram introduzidos primeiramente no Nordeste do país na década de 60 e anos depois o mesmo ocorreu nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

"Nas bacias do Nordeste talvez até justificasse porque a maioria são açudes que tem múltiplos usos. Um dos usos múltiplos dos açudes no Nordeste é a produção de alimento para as populações que convivem mais com a seca, então talvez justificasse do ponto de vista social", acrescenta José Sávio.

A introdução da espécie em outras localidades é considerada proibida e por isso a legislação é esclarecedora aos pescadores que fisgam o peixe invasor.

Carpa, bagre-africano e pacu-cd são outras espécies consideradas invasoras em algumas regiões — Foto: Reprodução vídeo

"O ideal é que você leve consigo aquele peixe que você retirou já que eles não são nativos daquela bacia. Abatidos para que não tenha nenhum potencial de retorno para o ecossistema. Assim você está contribuindo para a redução da população e talvez algum dia para o equilíbrio desse ecossistema", explica Luciana Carvalho Crema, Analista Ambiental do ICMbio/ Cepta.

Os analistas acreditam que para evitar o aumento das espécies invasoras seja ideal realizar uma campanha nacional de conscientização. Algumas legislações preveem que o período de defeso em algumas regiões pode ser continuada a pesca de peixes que não são nativos daquela bacia para evitar o aumento da população dos invasores.

Além do tucunaré, outras espécies estão na lista de potenciais invasoras, como carpa, tilápia, bagre-africano, pacu-cd, cascudo-pintado e corvina.

Pacu-cd também também tem grande potencial invasor — Foto: Arquivo TG

Fonte: G1

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