O  propulsor, lançado em 2015 para implantação de um satélite meteorológico, ficou desgovernado após completar sua missão.

Um foguete Falcon 9 da SpaceX está em rota de colisão com a Lua após vagar quase sete anos pelo espaço. O propulsor foi inicialmente lançado da Flórida em fevereiro de 2015 em uma missão para enviar o Deep Space Climate Observatory para o espaço.

Após consumir quase todo seu combustível e enviar o observatório climático para o ponto Lagrange – uma região entre a Terra e o Sol, com gravidade neutra – o segundo estágio do foguete teve que ser abandonado.

Segundo o meteorologista Eric Berger, o pouco combustível que lhe restava, era insuficiente para retornar à Terra, e também não foi capaz de fazê-lo escapar do sistema gravitacional Terra-Lua. Deste então, o foguete segue em uma órbita caótica e imprevisível.

Estima-se que o propulsor, que agora é um lixo espacial de quatro toneladas, deverá atingir a Lua, a uma velocidade de 2,58 km/s em algumas semanas.

Bill Gray, que desenvolve softwares para prever a rota de objetos caóticos, como asteroides, planetas anões e cometas, calcula que esse segundo estágio abandonado da Falcon 9 colidirá com a Lua em 4 de março de 2022.

Segundo Gray, o objeto já fez uma aproximação orbital em 5 de janeiro, mas quando fizer isso de novo, em março deste ano, cairá no solo lunar. Esta será a primeira vez que um lixo espacial não intencional atingirá a Lua.

A região da Lua onde o foguete cairá ainda é desconhecida, em virtude da quantidade de fatores envolvidos em sua órbita caótica. A “disputa gravitacional” e a luz solar criam efeitos, que, apesar de muito pequenos, se acumularão até 4 de março.

Gray acrescenta que o evento será imperceptível para nós aqui na Terra, pois provavelmente ocorrerá do lado oculto da Lua (face da Lua contrária à Terra), alguns dias após a Lua Nova.

Para o astrofísico Jonathan McDowell – da Universidade de Harvard – esse impacto não será grande coisa. Já para alguns entusiastas da astronomia, o impacto poderá fornecer dados valiosos. Berger e Gray estão otimistas, pois acreditam que o impacto ejetará bastante material, o que poderá revelar um pouco mais sobre o subterrâneo lunar.

Fonte: cienciamundo.com