Revista especializada no setor mostra que, em 2018, Estado se posicionou como o primeiro em número de doadores, em transplantes realizados, em autorização das famílias e em busca por possíveis doadores.
O Paraná apresenta números recordes no setor de transplante de órgãos. Revista especializada no setor mostra que, em 2018, Estado se posicionou como o primeiro em número de doadores, em transplantes realizados, em autorização das famílias e em busca por possíveis doadores.
Enquanto a taxa de doadores de no Brasil foi, no ano passado, de 17 por milhão de população (pmp), o Paraná fechou o ano com índice 47,7 doadores pmp, quase três vezes maior que o do País. E nos dois primeiros meses de 2019 o Estado já alcança 47,2 pmp.
“O Paraná tem um serviço bem estruturado e equipes capacitadas e realmente comprometidas com resultados de qualidade”, diz o secretário da Saúde, Beto Preto. Segundo ele, o governo trabalha para garantir os bons serviços prestados à população.
Com relação aos transplantes realmente efetivados, o Estado voltou a se destacar ao realizar 90,9 transplantes pmp, seguido à distância por Pernambuco (69,2 pmp) e São Paulo (67,4 pmp). No Brasil essa taxa foi de 41,9 pmp, bem distante da taxa prevista para 2021 de 60 transplantes pmp.
Os dados estão na revista Registro Brasileiro de Transplantes, publicação da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). “A doação e alocação de órgãos é um processo trabalhoso e delicado que depende da confiança da população no sistema e do comprometimento dos profissionais de saúde no diagnóstico de morte encefálica”, explica o editor da publicação, Valter Duro Garcia, que é médico chefe do Serviço de Transplante Renal da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
De acordo com dados da International Registry on Organ Donation and Transplantation (IRODAT 2017), o Brasil é o segundo país do mundo em números absolutos de transplantes. “Para consolidar essa conquista, é fundamental a atuação do Ministério da Saúde, dos governos estaduais, das entidades e profissionais de saúde em todo o processo de doação e transplantes”, avalia Garcia.
AUTORIZAÇÃO FAMILIAR – O Paraná também é destaque em outras áreas desse serviço que salva vidas. A taxa de não autorização familiar, por exemplo, manteve-se em 43% no Brasil em 2018. A meta de 35% - ou menos – só foi alcançada pelo Paraná (27%) e por Santa Catarina (33%). O Paraná também tem a comemorar a inexistência de fila quando se trata de transplante de córneas.
BUSCA DE DOADORES - O serviço de busca por possíveis doadores, por seu lado, é uma atividade da maior relevância, que merece realce: o Paraná é o único estado do Brasil a notificar 108,4 mortes encefálicas pmp, o que significa que todos os pacientes nesta condição são identificados e têm seu diagnóstico realizado conforme prevê a legislação. A performance do Paraná é seguida por Santa Catarina, com 83pmp, e pelo Distrito Federal, com 80,6 pmp. Todos os outros estados ficam abaixo de 70.
“Quem autoriza a doação é a família”, explica a médica Arlene Terezinha Cagol Garcia Badoch, coordenadora do Sistema Estadual de Transplante do Paraná (SET/PR). “Nossas equipes são capacitadas para esclarecer sobre o processo de doação após a morte do familiar”, completa ela, lembrando que sem doação, não há transplante. “Doar é um gesto de solidariedade que salva vidas”.
No Paraná, 1.800 pessoas aguardam na fila por um transplante; no Brasil, são mais de 33 mil pessoas à espera de um órgão.
ESTRUTURA - A estrutura paranaense para a realização de transplantes conta com 16 centros transplantadores de órgãos, onde atuam 23 equipes; sete centros transplantadores de medula, com oito equipes; 25 centros para transplantes de córnea; 23 centros transplantadores de tecido musculoesquelético, seis centros de válvulas cardíacas; cinco bancos de tecidos e seis laboratórios de histocompatibilidade.
Na coordenação desse conjunto, além da sede da Central Estadual de Transplantes (CET) em Curitiba, existem as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) em Cascavel, Londrina e Maringá.
REGIÃO SUL - Como um todo, a região Sul do Brasil, com 35,9 doadores pmp, obteve uma taxa duas vezes superior à do Brasil (17,0 pmp) e do Sudeste (18,3 pmp). De acordo com a revista do setor, a notícia triste é que a região Norte, que havia crescido de 0,6 doadores pmp em 2008 para 3,7pmp em 2012, estagnou nos últimos anos numa taxa cinco vezes inferior à média do Brasil.
Fonte: AEN / Foto:Venilton Küchler/Arquivo ANPr