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Luia, um alemão de Missal - O vídeo Sotaque Paranaense ultrapassou a marca de 500 mil visualizações

Postada em: 02/08/2019 Atualizada em: 02/08/2019 16:37:20 Número de visualizações 4503 visualizações
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O vídeo ‘Sotaque Paranaense’, do missalense Jefferson Fernando Kieling, mais conhecido como Luia, já ultrapassou a incrível marca de 500 mil visualizações.

Em conversa com a redação, Luia disse que foi uma surpresa muito boa a repercussão do vídeo, e não esperava tanto alcance em tão pouco tempo. “Agradeço a todos que assistiram e compartilharam o vídeo e, nas próximas semanas, já teremos o ‘Sotaque Paranaense 2’”.

Abaixo um breve histórico de como tudo começou. 


Criado por Jefferson Fernando Kieling, 34 anos, o personagem Luia começou como Lula, depois de algumas imitações e piadas. Acabou como divulgador oficial da Deutsches Fest – Festa Alemã de Missal, e passou a se chamar Luia. Hoje é visto nas redes sociais, em comerciais e, claro, contunua o divulgador da Deutsches.

Jefferson é casado com Diandra Gomes. O casal tem uma filha, Brenda Maria, com 7 anos.

Conversamos com o Jefferson e o Luia. Há momentos em que o criador se confunde com o personagem, mas, sem dúvida, o Luia preserva as raízes alemães dos colonizadores de Missal e não tem vergonha de falar ‘aroiz erado’.


O início

“A ‘brincadeira’ iniciou em 2010/2011, contando piadas aqui e ali. Daí surgiu a ideia de divulgar a Deutsches Fest, o que acabou acontecendo e a repercussão foi muito boa.

Na época, o personagem se baseava mais na imitação de uma pessoa, que podemos dizer folclórica em Missal, o Gaiteiro Lula. Eu imitava a forma dele falar e assim ficou por algum tempo, com as pessoas me pedindo para contar piadas – ‘conta uma piada aí Lula’, tanto é que a primeira vez que falei na rádio local, foi imitando o Gaiteiro Lula”. 


O nascimento do personagem

“Passou mais algum tempo e vi que precisava criar uma identidade própria para o personagem, fazer com que deixasse de ser uma imitação .

Optei pelo nome de Luia, até porque o alemão chama Luis de Luia e não fugiria da pronuncia de Lula. Além disso, me pai é Luis, então o Luia é também uma forma de homenagear meu pai.

Com o nome definido precisava de um traje que indicasse que o Luia era um alemão, por isso a vestimenta é, se não típica alemã, mas é muito parecida. Claro que até chegar ao ‘traje oficial’ do Luia, várias camisas diferentes até chegar a definição, que agora tem uns cinco anos. 

Mesmo com o personagem Luia definido, ainda hoje tem pessoas que me chamam de Lula, é algo que ficou, mas também não me incomoda, não tem problema”.


Divulgações

“O Luia se tornou conhecido na região e até em outros estados com a divulgação da Deutsches Fest, que tem uma abrangência muito grande, e isso o levou a fazer a divulgação de outros eventos, como bailes e festas, e até comerciais. Também os vídeos que eu fazia e postava nas redes sociais, tudo ajudou a abrir as portas para o Luia. 

Olha, sabe-se que o que dá mais ‘audiência’ é o humor ou a tragédia. O Luia consegue fazer humor, o que faz muitas pessoas gostarem dele. Graças a Deus a repercussão está muito boa”.


Meio de vida

“Sabe, só tive noção de que essa brincadeira - o Luia -, poderia se tornar uma coisa séria há pouco tempo, quando comecei a fazer vídeos para empresas e ter retorno financeiro. Até então nunca havia pensado em fazer do personagem Luia uma forma de viver, falando financeiramente.

Todos sabem que o Jefferson trabalhava com fotografia. Acabei vendendo todo meu equipamento fotográfico e investi em equipamento de vídeo para fazer os comerciais, não por causa do retorno financeiro, que não é muito, mas é algo gostoso de fazer, digamos assim que estou trabalhando e me divertindo ao mesmo tempo. Eu gosto de fazer o Luia, levar alegria, contar piadas, e isso é satisfatório”.

O Luia tem programa aos sábados na Rádio Nativa – FM 87,9 de Missal, das 13 às 15 horas – o programa é ao vivo.


Futuro

“Quanto ao futuro, não sei se será uma forma de vida, nunca pensei seriamente nisso, pois nunca tive isso como uma meta, apesar de minha cabeça tenha mudado bastante em relação a isso, até porque tivemos um grande personagem na região, que foi o Willmuth, voltado a nossa cultura germânica, que eu admiro até hoje e ainda vejo seus vídeos e trotes – quem não lembra deles... Era uma pessoa muito inteligente e no seu trabalho envolvia toda a família. Ele vivia disso. Eu, particularmente, não sei o que o futuro reserva para o Luia, mas sempre temos pretensão, né.

As vezes ouço pessoas dizendo que ‘hoje o Willmuth não existe mais e você tem espaço...’ O Jefferson, com o personagem Luia, nunca quis ser o Willmuth e nunca será, pois faço algo totalmente diferente. Eu o admiro, como já falei, inclusive pela coragem de largar tudo, chamar a família e dizer ‘vamos viver disso’. De igual só a divulgação da cultura alemã.

Por outro lado, tenho consciência de que hoje tudo é modismo de rede social, internet. Atualmente o Luia é reconhecido, como dias atrás uma pessoa de Curitiba me falou: “vi você na televisão”. Não sei se amanhã ou depois isso pode ir se perdendo, o Luia poderá não ser mais lembrado ou visto”.


Aceitação inicial

“Sabe, não foi fácil, pois no início, principalmente pessoas idosas, com a idade da minha avó, por exemplo, se sentiam ofendidas pela forma de falar do Luia. Achavam que, de certa forma, estava discriminando que não falava corretamente, mas de forma, digamos, meio atrapalhada.

Hoje já entenderam, pois o que quero mostrar com o Luia, falando atrapalhadamente, trocando letras, é que não tenho vergonha da minha cultura, da forma que muitos alemães falam, como minha própria avó fala, tanto que muitas palavras e expressões me inspiro nela. E, por ela falar trocando o b pelo p, não quer dizer que ela é ‘burra’, pois chego lá e ela está lendo um livro escrito em alemão – eu e quantos outros descendentes de alemães não sabem ler em alemão. Falo um pouco de alemão justamente por ter morado na casa dela e foi com ela que aprendi.

Hoje, com o personagem Luia, as vezes encontro dificuldades em falar, porque a não ser os mais idosos, em Missal poucos falam em alemão, inclusive sei de filhos que até tem vergonha de que o pai e a mãe falam o ‘aroiz erado’. Tem vergonha de ter uma fala igual o pai e a mãe ou o avô e a avó. Isso é a nossa raiz, é a nossa cultura, que acredito que não deveria se perder.

Curso de língua alemã, aqui em Missal, não é um dos mais procurados, mas sua colonização, sua cultura é voltada para a cultura alemã”.


Ver e ouvir o Luia

Para ver e ouvir o Luia você pode acessar:

Facebook:  www.facebook.com/oluia

Instagram: o_luia

Whatsapp: (45) 999665704

Rádio Nativa - – FM 87,9 de Missal, das 13 às 15 horas.


Fonte: Portal Missal

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